Para quem não sabe, essa semana foi a comemoração do centenário de Patativa do Assaré, o poeta do sertão. Patativa nasceu na Serra de Santana, descende de família pobre e desde cedo teve que aprender a conviver com as adversidades do campo, com a lida e com a hostilidade do sertão. Patativa esteve na escola por apenas seis meses, mas nem por isso deixou de aprender, foi um auto didata e leu de Castro Alves a Camões e aprendeu muito com a natureza.
Deixo aqui um pedacinho da gigante obra que este grandioso homem do campo nos deixou:
Saudade
Saudade dentro do peito
é qual fogo de munturo
por fora tudo perfeito
por dentro fazendo furo.
...fica tal qual a frieira
quanto mais coça mais quer.
Dois Quadros
Na seca inclemente do nosso Nordeste
o sol é mais quente e o céu mais azul
e o povo se achando sem pão e sem veste
viaja à procura das terras do Sul
(...) Porém, quando chove, tudo é riso e festa
O campo e a floresta prometem fartura
Escutam-se as notas agudas e graves
do canto das aves louvando a natura.
* Informações e poemas tirados do livro Patativa do Assaré-Digo e não peço segredo