07/03/2009

Um post bem brasileiro: centenário de Patativa do Assaré


Para quem não sabe, essa semana foi a comemoração do centenário de Patativa do Assaré, o poeta do sertão. Patativa nasceu na Serra de Santana, descende de família pobre e desde cedo teve que aprender a conviver com as adversidades do campo, com a lida e com a hostilidade do sertão. Patativa esteve na escola por apenas seis meses, mas nem por isso deixou de aprender, foi um auto didata e leu de Castro Alves a Camões e aprendeu muito com a natureza.

Deixo aqui um pedacinho da gigante obra que este grandioso homem do campo nos deixou:


Saudade


Saudade dentro do peito

é qual fogo de munturo

por fora tudo perfeito

por dentro fazendo furo.

...fica tal qual a frieira

quanto mais coça mais quer.


Dois Quadros


Na seca inclemente do nosso Nordeste

o sol é mais quente e o céu mais azul

e o povo se achando sem pão e sem veste

viaja à procura das terras do Sul

(...) Porém, quando chove, tudo é riso e festa

O campo e a floresta prometem fartura

Escutam-se as notas agudas e graves

do canto das aves louvando a natura.


* Informações e poemas tirados do livro Patativa do Assaré-Digo e não peço segredo